quinta-feira, 7 de novembro de 2013

AOS ETERNOS AMIGOS E AMIGAS DO I.AP.I DA PENHA

Estou muito feliz. Quem dera todas as alegrias deste mundo estivessem depositadas na minha vontade de ter notícias de todos os meus amigos, todos aquêles que fizeram parte da minha infância lá no I.A.P.I da Penha. Lembrei dos shows na pracinha com Golden Boys e Trio Esperança, das sessôes de cinema promovidas pela Cruzada do Rosário em Família, onde assistíamos a Vida de Cristo num colorido inédito para a época.
Lembrei também dos "assustados" na casa do Inhá, na entrada 21 da rua 19, com aquela radiola mono da "General Eletric" em que o pic-up ficava embutido dentro da caixa de som. Lembrei dos discos, sucessos inesquecíveis dos Catedráticos, Walter Wanderléy, Ed Lincoln e os Milionários do Ritmo e óbviamente, os primeiros hit`s do Roberto Carlos, dos Incríveis e da Rita Pavone. Me lembrei-me também do Greip da Penha, onde pude vivenciar grandes bailes com o próprio Ed Lincoln, Joni Maza, The Pop`s, Os Populares e ainda pude alcançar festas com as orquestras de Permínio Gonçalves, Severino Araújo e Oswaldo Borba, tendo como "crooner", aquela que seria uma das maiores cantoras de samba deste país, Clara Nunes.
Recordei-me dos ensaios do bloco Pantera Cor de Rosa e das "fechações" que fazia o Oswaldo Nunes quando descia a rua Dois para os ensaios do bloco e das brincadeiras que o Rogério (Bundinha) tirava com ele. Estava pensando muito nisso ultimamente e foi assim que um dia, me danei a procurar pela internet os nomes das pessoas importantes da minha infância na expectativa de localiza-los a todos. Foi assim que consegui contactar com a minha colega de infância a Tânia Patrocinio. Tudo clareou ! Em pouco tempo consegui notícias de todos. A Barbara Billion também foi importante nesta nossa intenção de nos reencontramos e isso foi o que acabou acontecendo. A maioria das pessoas que sempre tive vontade de rever estiveram lá no famoso "XIQUEIRINHO" até algumas que me surpreenderam por terem se interessado por toda essa coisa de confraternização. Eu sei muito bem que o tempo passou mais me permita dizer que todas estavam muito bem. Não pude ver algumas pessoas como a Dona Arlete, a Gessy, mas os verei em outra oportunidade.
Isto é saudosismo natural que todas as pessoas guardam depois de uma certa idade ou uma espécie de resgate ? Não sei. Só sei que gostaria muito de saber como vivem atualmente muitas outras dessas pessoas que sempre fizeram parte da minha história afetiva e do meu universo emocional. Não desejo que elas saiam nunca do meu imaginário. Quantas estão vivas ainda ? Irei revê-las? Mas já posso dizer da minha felicidade de ter reencontrado a maioria delas: Tânia, Gabi, Kátia, Márcia, Luiz Carlos, Mônica, todos da familia Patrocínio de Melo. A Barbara, Ruizinho e João Billion, O Duba, o Zezinho, a Guaracira, o Crispim. O Geraldo Rodrigues e a Ivone. A Aurinha e o Lú, Tetê, Adeni, Ângela (Buzuca), Alda, todos filhos da Dona Ubaldina e do seu Pico.Toninho Brasa com sua mãe, a dona Armanda, José Carlos (o Camôa), Ana Maria, Rubinho, Eliana, Rosane filha de uma das amigas de mamãe, a Jandira e o sorridente Arnaldo (agora Harnaud), ainda trilhando o caminho da música.
Não consegui notícias do Sebastião (a quem chamávamos carinhosamente de "vampiro"). Foi com o Tião que dei os meus primeiros passos na arte da música, tocando quase que diariamente, sentados debaixo do poste de luz da Rua 18, aquele em frente a casa da D. Glória (Apt.105), canções da época como: "Filme Triste", "Festa do Bolinha", "O Bilhetinho". Eu cantava e ele tentava me acompanhar no cavaquinho. Nossa platéia eram algumas pessoas do térreo da rua 17 e na época do verão, algumas tanajuras que disputavam espaço na luz do poste.
Todos me foram muito caros. Até mesmo aquêles que descobri estarem em outro `patamar`. Dona Glória, Dona Selma, "seu" Leone (com quem gostava de conversar enquanto ele fazia seus sapatos e que às vezes me presenteava fazendo solos de saxofone. Dona Ubaldina (minha costureira, Dona Ana, Leonir (meu vizinho e companheiro dos bancos da Escola Presidente Eurico Dutra). Lá onde se dava o devido respeito ao ensino e logo na entrada havia escrito numa placa (acredito que até hoje exista), "Nenhuma função é mais digna, mais elevada, mais patriótica que a de educar - Eurico Gaspar Dutra". Achava tão sensacional essa frase que nunca esqueci.
Saudades também de outros que se foram. Do Amaury, do Massada, do Jaime, Vitorio, Luiz e outros que irei ainda tomar conhecimento.
Todos, sem exceção, me fazem lembrar como a vida é bela e o que levamos dela, são os bons momentos que vivemos.
E ´por isso, restabeleço aqui, agora, um pacto de uma longa amizade, esperando por um novo contato com todos aqueles que ainda estão por aí, no meu querido e sofrido Rio. Eu estou por aqui, em terras alagoanas, aonde fui acolhido a 38 anos. Em breve nos veremos porque Deus irá permitir. E iremos celebrar ainda mais uma vez,  a vida.
Um grande povo se conhece pela preservação de sua memória.

* Em tempo - Muito obrigado Tânia Patrocínio de Melo !! Como diria Paulo Gracindo, alagoano de nascença, no papel de Odorico Paraguaçu: "Lavaste e enxugaste" a minha alma, renovando-a sempre, com tuas palavras acolhedoras. Isso me fez muito feliz ! Obrigado mais uma vez por tudo !


Rui Agostinho Campos

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